Vim te agradecer e agradecer a vida também

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Acervo pessoal | ESALQ – USP / Julho de 2018| Foto: Gabi Lambais


Uma das coisas que eu mais gostei que me aconteceu esse ano foi ser grata pelas pequenas coisas do meu dia. Tornou tudo mais fácil. E simplesmente me fez uma pessoa mais tranquila e leve. Grata por acordar de madrugada aparentemente sem motivo e poder olhar o sol nascendo pela janela. Grata por conseguir fazer prato de comida tão gostosos, mesmo com a correria e longe da casa dos meus pais. Grata por ter começado a conquistar meus maiores sonhos. Grata por amizades sinceras. Por pessoas que realmente gostam de quem eu sou. Grata por singelos gestos de carinho. Grata por poder rir e dançar com as pessoas que eu gosto. Grata. Simples e puramente grata.

Parece até daqueles textos de conotação good vibes, gratidão e tudo mais, mas não é. Apesar de, ainda assim, não se desvencilhar da temática de comprovação da gratidão como fator transformador da realidade vivida. É sério. Ser mais grata no seu dia-a-dia muda as coisas. É de verdade. Ser mais grata mudou minha relação com as pessoas (que gostam de mim) que me cercam, me tornei mais carinhosa e extrovertida com elas. Ser mais grata me tirou um peso muito grande das costas nos momentos de dificuldade, que não têm sido poucos. Me sinto mais tranquila mesmo que tudo pareça extremamente fora do lugar e que isso doa. Dói. Mas no final do dia eu deito na minha cama e me lembro de quem eu sou e do que já tenho. Um jeito eu sempre dei. E saber isso muitas vezes basta.

Talvez esse tipo de pensamento tenha começado depois de assistir “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” pela primeira vez. Confesso que só assisti pensando na (brevíssima) cena em que ela quebra a casquinha do crème brûlèe. Amélie valorizava as pequenas coisas da vida. E eu me vi ali. Cada detalhinho contando e sentindo um amor muito grande dentro de mim por eles. Na primeira vez, perdi algumas informações interessantes do filme, mas isso me fez querer assistir de novo, e ainda quero outra vez. Talvez eu seja um pouquinho a Amélie com seus olhos redondos e grandes.

Depois disso, comprei um quadrinho e coloquei no meu quarto em que está escrito “Enjoy the little things”. E não poderia ser mais eu. Gosto de dar minha cara aos ambientes em que mais convivo sempre que posso, é reconfortante. E eu me tornei isso mesmo: uma pessoa que valoriza muito esses mínimos detalhes. Essas pequenas histórias. E adora escrever sobre elas. Achei que seria um bom tema para se falar de final de ano.

E é assim que queria encerrar o ciclo de textos do blog desse ano de 2018. Apesar de um intervalo de 4 meses por conta da faculdade, eu fiquei feliz em ter produzido a maior parte do ano e ter dado continuidade a uma das minhas atividades favoritas da vida, retomada num momento de grande dificuldade e angústia, em que a ansiedade me acompanhava todos os dias, antes do meu sonho começar. A escrita. A escrita me salva. Por isso eu lhes disse no começo desse blog, que a arte salva. Foi ela que me salvou esse ano de me afogar em meus receios e anseios. Hoje, sou mais calma e mais tranquila do que antes. E vivo uma vida, realmente, mais leve. Sou agradecida por tudo que aconteceu comigo esse ano. Bom ou ruim. Aprendi TANTA coisa, muitas excedendo o conhecimento técnico-científico. Tenho muito para aprender ainda, eu sei disso, e sinto isso, mas só de perceber um mínimo grau da minha evolução nessa jornada (aliás, grandes mudanças até), eu já me sinto renovada. E muito grata.

E grata a você também pela sua existência e atenção a este texto. Obrigada, você fez parte do meu ano. Que a vida te mostre, assim como me mostrou, que ser mais grata faz toda a diferença. Energias positivas sempre. Evolução pessoal.

Obrigada.

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